Por que a Índia?

Um encontro com a Cultura Indiana dificilmente significará apenas uma ampliação ou busca de novas áreas de conhecimento.

Com muita constância a aproximação com o conteúdo dos milenares tratados de Filosofia e da Psicologia indiana, além dos fundamentos do hinduísmo, desperta o anseio por um saber integral, por uma Filosofia e uma Psicologia próximas da experiência, capazes de descortinar a natureza única experimentada e compartilhada por todos os seres humanos.

Instala-se a convicção que um extraordinário e libertador caminho se apresenta. Um caminho sem retorno.

Essa cultura milenar nos descortinará inúmeras possibilidades de ampliar e trazer novas perspectivas a muitos dos princípios nos quais nos baseamos para dar conta da experiência humana. Uma complementaridade rica e muito promissora.

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Encontros e desencontros

Religião

No Ocidente, por mais de 3 séculos as religiões tiveram o poder de punir, libertar e criar dogmas a partir de suas necessidades. A partir do século XII a Inquisição, os seus dogmas e seus métodos dominaram o estado, a vida social e a cultura.

Por séculos a cultura ocidental fundamentou-se na ideia da culpa, expiação e perdão, sendo a libertação outorgada por um Deus, pessoalizado, punitivo e distante. A consequência óbvia foi uma educação pautada pelo medo e gerações de indivíduos culpados.

Tal opressão explodiu numa geração pautada pela falta de limites e pela busca de compensações a qualquer preço.

E o que dizer de uma cultura sem pecado?

O hinduísmo concebe um Universo único, uma energia consciente da qual emanam campos vibratórios, frequências e luz. Sua principal escritura, o Shivaismo da Cachemira (século IX), contem grande parte dos princípios comuns as religiões orientais. E sua afirmação definitiva é que o Universo é “Consciência Suprema Manifesta” e toda a criação é a reverberação dessa Consciência Única e de seus princípios. Deus é o todo em cuja essência não há implícita nenhuma representação moral.

Portanto, há milênios o hinduísmo contem, com clareza, os princípios fundamentais da Física Quântica!

Filosofia

A ideia do sofrimento imantou de tal forma a cultura ocidental, que ainda hoje é possível encontrar textos complicados e pessimistas tentando desvendar os desígnios da natureza humana ao custo de desnecessário sofrimento existencial.

E o que dizer dos tratados filosóficos indianos (assim como chineses, japoneses, tibetanos, e suas peculiaridades)? A partir da compreensão do Universo como um único princípio, propõem a existência de valores fundamentais e determinantes da natureza humana: a alegria, expressão máxima e libertadora de todos os seres, a liberdade interior, a ternura, a simplicidade e tantos outros. São valores reconhecidos, experimentados e compartilhados de forma igual e única, universais e atemporais!

E a importância especial e definitiva dos grandes tratados filosóficos do hinduísmo e de grande parte das escolas filosóficas da cultura Oriental está em sua determinação que Filosofia só se constrói a partir da experiência.

Psicologia

Os princípios da Psicologia Ocidental são recentes. Até o final do século XIX a vida anímica era associada a vida somática. Este saber começou a se delinear, de fato, nos anos 1893 a 1895. Quando Freud publicou seus primeiros trabalhos e praticamente todo o saber psicológico sistematizado até o século XX vem de Freud e dos discípulos que romperam com ele: Reich e Yung.

Nos dias atuais, o Ego é considerado o núcleo e a estrutura de nosso ser e a personalidade, a sua expressão.

A partir da percepção do Universo como um Único Princípio do qual tudo emana, a Filosofia Oriental dá origem a uma Psicologia cuja meta e métodos visam a redescoberta da natureza sutil, vibrante, luminosa e em constante transformação do ser humano. Toda doença mental, sem exceção, é oriunda do obscurecimento dessa natureza.

Sábios e estudiosos em profundo estado de contemplação ativa, muitos mergulhados no silêncio dos Himalaias, desde tempos imemoriais compartilhavam as mesmas experiências e revelações a respeito da natureza mais profunda e essencial do ser humano. Seus escritos, que não são poucos, ditam que seu núcleo emerge naturalmente do mais profundo silêncio interior e do esvaziamento da mente. Nesse espaço o ser humano se redescobre e experimenta sua essência. Os primeiros registros desses escritos datam dos anos 1000 a 1500 AC.

Um único caminho

Um todo único e transformador se vislumbra a partir da estrondosa revolução provocada em praticamente todas as áreas do conhecimento com o advento da Física Quântica. Abordagens aparentemente conflitantes podem vir a constituir uma única proposta. Não era sem tempo.

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A ciência ocidental a par de seus fantásticos avanços, vem gradativamente absorvendo a riqueza dos tratados Filosóficos e psicológico das tradições orientais cujos pressupostos vêm sendo fartamente comprovados em toda sorte de estudos. O que dizer da meditação, técnica milenar de imersão e auto reconhecimento, cujos primeiros registros datam de 2000 AC, com resultados que vão desde a remissão de feridas emocionais até a importantes modificações funcionais e estruturais do cérebro? E do extraordinário mapeamento de canais sutis da Acupuntura?

Certamente a Física Quântica e a Neurociência são os elos fundamentais dessa nova construção.

Einstein introduz a luz, a unidade e o movimento como matéria prima das Ciências como um todo. Não há lugar para matéria física nem fixa nesse Universo.

Não são poucos os médicos, psicólogos, psiquiatras, neurocientistas físicos e filósofos que hoje voltam seu espirito de pesquisa e sua disposição pessoal para a experiência na busca da constituição sutil, vibrante e integrada da natureza humana, ultrapassando a limitação imposta pela aparente concretude de seus corpos e estruturação lógica de sua psique.

O Universo é uma gigantesca teia de informações, partículas de luz, padrões de energia, onde tudo está ligado a tudo mais, e da qual fazemos parte. Não há separação possível

Albert Einstein

O Universo é um

Shivaismo da Cachemira

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